SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reafirmou nesta segunda-feira a acusação do vice em sua chapa de que o PT é ligado às Farc. Mas amenizou, declarando que o vínculo não se estende necessariamente ao narcotráfico.
"A ligação do PT é com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Todo mundo sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. A Farc é uma força ligada ao narcotráfico, isso não significa que o PT faça o narcotráfico", disse Serra a jornalistas em Belo Horizonte, onde inaugurou um comitê de campanha.
O deputado Indio da Costa (DEM-RJ), vice na chapa de Serra, afirmou, em declarações publicadas no fim de semana, que o PT da candidata Dilma Rousseff tem ligação com o narcotráfico e as Farc.
Ao declarar que os esclarecimentos dependem do deputado, disse que, "de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões, alguns podem gostar, outros não gostar".
Em novo ataque aos petistas, o tucano disse que é preciso esclarecer a suposta quebra de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, já detectada pela Receita Federal.
"Há uma coisa mais séria, que é quebra de sigilo. Que afronta a Constituição. Prática de crime, que é quebra de sigilo de tucanos. Um largo para baixaria eleitoral. Essa questão precisa ser apurada, ir para a Justiça e ser resolvida ali na Justiça, porque é um crime muito grave, como vários outros que têm sido praticados cercando a toda essa história de dossiê", afirmou.
Nesta tarde, o comando do PT anunciou que vai processar Indio da Costa e o PSDB, que veiculou em site a entrevista do deputado.
Serra fez as declarações ao lado do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), candidato ao Senado, e do governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição.
Em São Paulo, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, também corroborou as declarações do candidato a vice.
"São fatos (a ligação PT-Farc) do conhecimento público que já mereceram dezenas de reportagens da imprensa brasileira. A relação das Farc com o narcotráfico são tão conhecidas como as do PT com as Farc", disse Guerra, coordenador da campanha de Serra.
"Não vamos aceitar intimidação, pelo contrário, vamos para cima. Eles querem se vitimizar, mas eles não são vítimas", completou.
Guerra afirmou ainda que Indio da Costa falou por iniciativa própria e que não houve censura por parte do PSDB.
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